terça-feira, 19 de outubro de 2010

A menina da bicicleta vermelha


"Não esqueça da minha Caloi"
Quando eu tinha seis anos, ganhei uma bicicleta dos meus pais, no Natal.  E não era uma qualquer: não tinha rodinhas de apoio e era  assustadoramente "grande" (igualzinha a essa da foto).  Vamos combinar que para quem andava numa Monark pequeninha-verde-detonada e emprestada da amiga metida, foi um salto de qualidade e tanto.  O único problema é que eu não sabia andar de bicicleta sem rodinhas. 
Meu pai, ligado nos 220V desde sempre, foi um animado instrutor no campinho de terra onde eu treinava minhas pedaladas. Na época, capacete era coisa de astronauta ou soldado e acho que cotoveleiras e joelheiras nem tinham sido inventadas.
Me equilibrar nem foi um problema e andar em linha reta tirei de letra...mas as curvas... as curvas eram outra história. Por causa delas, vivia com joelhos e cotovelos esfolados, toda colorida de merthiolate (era vermelho abóbora, não tinha essa coisa low profile de ser transparente e não arder).  E apesar disso, insisti e consegui ser bem sucedida nas tais curvinhas.  Nada demais, nada de curvas radicais, mas pelo menos me equilibrava o suficiente para dar as minhas voltinhas com dignidade.
E, pensando nessa história, vi que faço isso até hoje.  Nada de estripulias e curvas virtuosísticas, mas, mesmo tentando ser cuidadosa, continuo caindo de vez em quando, esfolando joelhos e cotovelos, ficando colorida de merthiolate e seguindo na minha bicicletinha vermelha, com vento no cabelo e feliz da vida.
Bisou ;*
P.S.: alugo a garupa baratinho.

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