Vocês já assistiram a um programa chamado Café Filosófico, na TV Cultura? Pois outro dia quem apresentava uma palestra era o psicólogo Júlio Groppa Aquino, abordando questões sobre relações familiares.
E, no meio de várias colocações pertinentes e interessantes, ele disse achar que "a nossa geração tem uma dificuldade imensa de se imaginar velho. Todo mundo é jovem, quer ter o corpo jovem, quer ter o espírito jovem, quer fazer coisas jovens e esquece do ridículo que isso significa para os que realmente são jovens e que estão no palco da vida. Porque a gente está na coxia. E de saída."
Disse ainda que "a gente precisa envelhecer. Envelhecer radicalmente; envelhecer com alegria. Assumir esse lugar do velho que a gente não consegue evitar. Talvez o modelo do nosso envelhecimento não deveria ser aquele do sujeito que consegue correr na praia, mas do sujeito que consegue pensar menos nele e mais no que ele deixa prá trás, nas pegadas. Nesse traço invisível que fica no outro. Porque os outros são os nossos narradores, não o nosso corpo. No nosso corpo a luta é vã."
Forte, né? Eu acho. E por ser da mesma geração do palestrante (transitando entre os 40 e os 50, por aí...), me reconheci e vesti a carapuça; mas também acho que é um aprendizado difícil, porque os apelos, desde sempre, são todos na direção contrária. E vamos combinar que (por enquanto) não estou pronta para olhar no espelho, enxergar uma ruína e achar maravilhoso...
Polêmicas à parte, deve ser libertador e muito prazeroso cuidar do que realmente importa. Eu quero! \o/
Bisou, ;*
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